ENTREVISTA en RADIO CAPITAL FM 96.7 PERÚ.
19 marzo, 2014ARTÍCULO en Manager Focus. «Influir o no influir, esa es la cuestión…»
14 mayo, 2014ACCESO AL ARTÍCULO
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Gracias a: Laura D’Angelo, Caroline Pierosan y Doralício
«Amanha», «Dinamicacomunicacao» y «Racional». BRASIL.
TEXTO PLANO:
A desconfiança trabalha bem aí, do seu lado. Para o especialista espanhol José Maria Gasalla, que vem ao Brasil para palestrar em evento da ABRH da serra gaúcha, a política fez os brasileiros perderem a confiança uns nos outros. E as empresas sofrem as consequências. Laura D’Angelo. Jose-Maria-Gasalla-350Uma pesquisa das Nações Unidas revelou que o nível de confiança entre os cidadãos brasileiros é de apenas 20%. A cada 10 brasileiros, apenas dois confiam nas outras pessoas. Um cenário que pode não ser nada saudável para o ambiente empresarial. É assim que avalia o espanhol José Maria Gasalla, especialista em “gestão pela confiança”. Graduado em Estudos Avançados em Psicologia Social, Gasalla será palestrante do Encontro Sul-Americano de Recursos Humanos, que acontece de 19 a 21 de maio em Gramado (RS) – um evento da ABRH Serrana que terá a participação de nomes como o italiano Domenico De Masi, além de César Souza e Eugênio Mussak. Gasalla acredita que a causa de tamanho “pé atrás” entre os brasileiros está nas inúmeras crises políticas e econômicas pelas quais o Brasil, assim como a América Latina, passou. As promessas não cumpridas por parte dos políticos comprometeram a confiança dos cidadãos nos seus líderes, exatamente aqueles que deveriam dar o primeiro exemplo de comportamento ético e correto. “A influência pelo exemplo é muito poderosa”, comenta Gasalla em entrevista à jornalista Caroline Pierosan, da ABRH Serrana. Ele acrescenta ainda que, além das experiências negativas no campo político, as diversas culturas presentes no país podem gerar maior dificuldade de se estabelecer contatos de confiança. “Quando as pessoas estão em um ambiente de diversidade elas tendem a confiar menos”, aponta. O clima de desconfiança entre as pessoas acaba por caracterizar também as relações dentro das empresas nacionais. E é o líder o principal responsável por criar um ambiente de confiança dentro de uma corporação. “A liderança nada mais é do que a capacidade de criar espaços que permitam o desenvolvimento da autoconfiança dos trabalhadores para que eles encontrem sentido no seu trabalho”, explica Gasalla, que elaborou sete itens chaves a serem perseguidos na construção de um espaço de confiança, os “Sete C”: 1) Competência profissional; 2) Clareza: ir contra a mentira, ser aberto. 3) Cumprimento; 4) Coerência (“Aplique para si o que você cobra dos outros”); 5) Consistência (“Os comportamentos alinhados aos valores”); 6) Coragem para propor o que se quer fazer, para falar com o outro; e 7) Consciência do outro. Controlar custa caro. Gasalla ressalta que a confiança deve partir de todas as partes envolvidas. O empresário não pode esperar que seus trabalhadores confiem nele se ele próprio não demonstrar a mesma atitude. “A confiança é por essência uma propriedade bilateral, mútua e recíproca”, completa Gasalla. Além de dificultar o trabalho da equipe, a falta de uma gestão baseada na confiança pode significar mais custos e menos produtividade para a empresa. “Quando não existe confiança é preciso usar o controle. Controlar as pessoas custa caro. Confiar, ao contrário, as estimula a produzir mais e melhor”, conclui. O especialista aponta que as empresas brasileiras precisam ter uma educação corporativa na qual valorizem o merecimento e a competência e não as amizades e a esperteza – a conhecida “malandragem brasileira” – dos profissionais. O comportamento típico do executivo brasileiro que não costuma criticar nem expor erros dos colegas para evitar conflitos é um fator que pode prejudicar o desempenho da empresa, na visão de Gasalla. “Conflito não é agressão. Conflito significa apenas que duas pessoas não concordam, o que não quer dizer que não possam mais ser amigas. Agora, é preciso gerir conflitos sem agredir. É preciso trabalhar o tema do conflito, não a pessoa. Em Harvard, por exemplo, se usa esse modelo de negociação: separar a pessoa do problema. Você vai resolver o problema e não a pessoa”, aponta Gasalla.